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Tenho lido os milhares de comentarios deixados aqui por tantas pessoas que compartilham da mesma dor causada pelos efeitos da pratica do bullying. Vejo tambem, com bastante frequencia, pedidos de ajuda, perguntas sobre o que fazer quando ja se tentou de tudo.

O mais importante, na minha opiniao, e depois de muitos anos trabalhando nessa area, e que cada individuo tenha a coragem de fazer as mudancas acontecerem nas suas vidas. Ninguem vai fazer o outro feliz. Cada um de nos escolhe o quanto quer ser vitima – ou nao – de pessoas que infelizmente, e pelos mais variados motivos, necessitam fazer com que o outro sofra para se sentirem poderosas.

Acredito que uma das atitudes que mais surte efeito no caso da pratica do bullying e o sentimento de compaixao pelo agressor. Sim, e isto mesmo que voces estao lendo – compaixao por aquele que nos causa tanta dor. E e imprescindivel que, tanto nas escolas como nos locais de trabalho, seja desenvolvida uma cultura de bondade, gentilezas e aproximacao entre as pessoas.

“Bondades e gentilezas sao a base de uma sociedade etica e democratica” disse  Rick Weissbourd, autor do livro ” Os pais que queremos ser” (The Parents We Mean to Be), que hoje e Diretor do projeto “Fazendo o se importar a regra comum” na Universidade de Harvard.  Para que sociedades livres deem certo, cidadaos precisam olhar alem dos interesses proprios e levarem em conta o que e bom para todos.

O professor de Psicologia da Universidade de Wharton, Adam Grant, autor de “Dar e Receber, uma abordagem revolucionaria para o sucesso” (Give and Take: A Revolutionary Approach to Success), fez sua carreira mostrando como a generosidade no trabalho nos leva ao crescimento profissional. Contrario a nocao tradicional de que vencer no trabalho requer um egoismo cruel, especialmente nos negocios, Grant descobriu que aqueles que sao mais generosos com suas ideias e seu tempo, aqueles que descobriram como colaborar e fazer networking,  tiveram resultados profissionais melhores.

Relacionamentos fortes e duradouros sao tambem firmados em gentilezas e bondade. Pesquisa recente sobre o casamento revelou que atos regulares de bondades e generosidade mantem os casais juntos. Os Psicologos  John e Julie Gottman, que estudam estabilidade no casamento, descobriram que tipos particulares de gentilezas sao especialmente valorizadas no casamento – por exemplo:  nao pensar o pior quando as coisas dao errado e celebrar os sucessos do seu parceiro.

E as criancas aprendem muito mais quando gentilezas e tolerancia fazem parte da cultura das suas escolas. “Uma comunidade escolar funciona muito melhor quando criancas tem habilidades socio-emocionais bem desenvolvidas. Ser capaz de demonstrar compaixao, ser capaz de entender a perspectiva do outro e ter a habilidade de lidar com suas proprias emocoes e acoes sao comportamentos ligados a gentilezas e ao sucesso academico.

Pesquisas mostram que habilidades socias e emocionias, como ser gentil com o outro, podem ser ensinadas e aprendidas e que criancas se beneficiam destas licoes. Criancas que desenvolvem estas habilidades apresentam ter uma visao de vida mais positiva e sao muito mais tolerantes com os outros.

Portanto, vamos ter a coragem de sermos generosos com as pessoas, independente de quem estas pessoas sejam, independente do impacto que ela causam em nossas vidas. A solucao para a pratica do bullying e responder com gentilezas. E deixar de lado o orgulho ferido, o sentimento de raiva e principalmente o medo e olhar para o agressor e responder com um sorriso. O sorriso que diz: “Eu te entendo e sinto muito que voce esteja tao infeliz”. Quem sabe convidar o seu bully para tomar um cafezinho com voce na hora do intervalo.

O medo nos paraliza – a unica forma de vence-lo e fazer exatamente aquilo que nos amedontra, cada um no seu tempo, na sua hora. Vamos ser gentis conosco tambem, nos permitir sentir a fraqueza para depois adquirir forcas. Precisamos criar ambientes de trabalho seguros, aonde todos se sintam aceitos. Isso so vai acontecer quando cada um fizer a sua parte.

Eu lanco aqui o desafio! E peco que voces compartilhem suas experiencias com todos nos depois que tiverem a coragem de espalhar gentilezas por esse mundo afora! Obrigada por todos os comentarios, por entrarem no site e compartilharem suas historias de vida. Obrigada por se importarem!

 

 

 

 

 

A sala de aula afetiva

Do que professores a alunos precisam? Alunos com quem já conversei frequentemente reportam que os professores não os escutam e que tudo que os professores querem é que os alunos fiquem quietos e entreguem suas tarefas no prazo certo. Resumindo, o que os alunos dizem que eles querem mais do que tudo é que professores e outros adultos os escutem, os respeitem e tenham consideração por aquilo que eles precisam.

Professores querem que os alunos sejam mais responsáveis pelos seus comportamentos e aprendizado. Eles querem ter mais tempo para dar atenção às necessidades individuais de aprendizado e ver um aprendizado mais comprometido acontecendo em sala de aula. Eles querem que as politicas educacionais respeitem mais os alunos e encorajem interações de mais respeito entre os alunos. Para eles mesmos, gostariam de ter relacionamentos de mais respeito com administradores e colegas de trabalho.

Para satisfazer as necessidades de ambos, alunos e professores, minha sugestão é que os relacionamentos sejam, de uma vez por todas, colocados no centro da atenção de uma sala de aula. Em uma sala de aula afetiva, a segurança, confiança, as necessidades dos alunos, as necessidades dos professores e habilidades de comunicação são considerações tão importantes quanto história, português, artes, ciências ou qualquer outra matéria acadêmica. Os professores podem achar que estas novas considerações vão requerer mais trabalho para eles. Entretanto, eu espero convencer todos de que o tempo gasto criando segurança e confiança  e melhorando as habilidades de comunicação vão proporcionar aos educadores o que eles mais querem – uma comunidade de aprendizado com compaixão aonde o aprendizado comprometido floresce.

Estudos mostram que o aumento da segurança e confiança resulta em mais cooperação, menos conflito e menos práticas de bullying em sala de aula. Alunos se tornam mais sensíveis às necessidades dos outros e a empatia aumenta entre professores e alunos assim como entre os próprios alunos. Além disso, notas melhores nas provas e uma melhoria na habilidade de aprender novas habilidades também já foram percebidas.

Apesar disso tudo, sabemos que muitos alunos e professores não se sentem seguros nas escolas. Pressão e stress, na sala de aula e nos pátios, tem muita coisa na vida escolar que contribui para o aumento da ansiedade e medo. Violência física nas escolas é o sinal mais óbvio de que não existe segurança para os alunos. O medo que estes incidentes causam, geram efeitos profundos nos alunos e suas famílias.

Muitos pais com quem já conversei sentem-se com medo de mandar seus filhos para a escola. A prática do bullying cria um clima de terror e aflição que ameaça a segurança física e emocional de todos os alunos. É muito difícil se manter focado nos estudos quando você está tentando se recuperar de uma ação de um agressor ou prevendo a próxima!

Portanto, já passou da hora de educadores, administradores, pais, alunos começarem a reaprender a resgatar valores de confiança, amizade, respeito, tolerância e compaixão nas escolas, em casa e em suas comunidades.

A maneira como todos nós comunicamos nossas necessidades e a maneira como ouvimos as necessidades dos outros é o fator determinante para que estas necessidades sejam atendidas ou não. Em uma sala de aula afetiva, aonde relacionamentos são colocados no centro das atenções professores e alunos tornam-se conscientes das formas habituais através das quais expressam suas necessidades e praticam maneiras novas de expressarem estas mesmas necessidades que têm chances muito maiores de serem bem sucedidas. Eles também praticam a arte da empatia – de ouvir seus próprios sentimentos e os dos outros.

Sem dúvida nenhuma, uma sala de aula focada na segurança emocional e confiança dos seus alunos é a base sólida para que o aprendizado aconteça. Para se criar tal ambiente é de vital importância colocar o estudo dos relacionamentos no centro do currículo escolar, juntamente com as matérias “importantes”.

A idéia de se trabalhar com o preconceito e o bullying de uma forma pró-ativa surgiu da parceria com instituições americanas que já lidam com está prática há muito tempo.
O sucesso já atingido pelo trabalho no Brasil permite o reconhecimento de mudanças importantes de atitude em decorrência do aprendizado adquirido.

Drogas, abuso do álcool, bulimia, fumo, bullying, cyber bullying, gangues, violência. Estes são, na verdade, sintomas de um problema ainda maior: a solidão.
O programa ajuda os jovens a se conhecerem melhor e a criarem vínculos de afetividade através de atividades que permitem mudanças realistas de suas atitudes.

Os alunos e educadores das escolas e universidades que participam do programa têm a oportunidade única de poderem compartilhar de seus medos, fraquezas, histórias de vida e sentimentos com amigos e colegas de uma forma aberta, honesta e transparente que oportuniza a sensibilização do grupo e a extinção de comportamentos violentos. O programa também pode ser desenvolvido em empresas.

Através de vivências marcantes e interativas, o programa leva adolescentes e adultos a uma exploração, cuidadosamente desenvolvida, sobre as formas como as pessoas se separam umas das outras, mostrando ao mesmo tempo como interromper este processo e começar a criar vínculos de afetividade e respeito em uma nova escola.

Os objetivos maiores do programa desenvolvido são: auxiliar no aumento da auto-estima e valorização do ser humano; mudar a pressão negativa sofrida pelos jovens em seus grupos para que estes se tornem um local de apoio e segurança; eliminar o conformismo com a colocação de apelidos, bullying, cyber bullying e todas as formas de violência, transformar o ambiente hostil em um local aonde professores e alunos se sintam seguros e cidadãos de uma nova escola.

O Bullying é um problema muito sério. Este tipo de comportamento pode fazer com que crianças e jovens se sintam magoados, assustados, doentes, solitários, envergonhados e tristes. Os “bullies” ou agressores podem bater, chutar, empurrar ou ainda podem falar mal, ameaçar, colocar apelidos maldosos ou intimidar as pessoas. Um agressor pode espalhar boatos mentirosos sobre alguém através do cyber bullying, pegar as coisas de outras crianças, tirar sarro de alguém ou deixar alguém de fora do grupo de propósito.  Alguns agressores ameaçam as pessoas para tentar fazer com que elas façam coisas que elas não querem fazer.

Bullying não é brincadeira

O Bullying é um problema enorme que afeta muitas crianças. Um terço de todas as crianças diz que já foi alvo de bullying. Ser alvo de bullying faz com que as crianças se sintam muito mal. O stress de ter que lidar com os agressores faz com que as crianças e jovens se sintam doentes.

A prática do Bullying faz com que as crianças não queiram brincar fora de casa ou ir para a escola. É difícil se concentrar nas tarefas escolares quando você está preocupado com a maneira como você vai ter que enfrentar o seu agressor. O Bullying aborrece todo mundo — e não somente as crianças que são os alvos. O Bullying pode fazer da escola um local assustador e pode ocasionar mais violência e mais stress para todo mundo.

O Bullying na internet ou cyber bullying é tão perigoso e assustador quanto a prática do bullying feita dentro das salas de aula.

Por que os Agressores agem assim?

Alguns agressores querem atenção. Eles podem achar que praticando o bullying vão ser populares ou vão conseguir o que querem. A maioria dos agressores quer se sentir importante. Quando eles intimidam outra pessoa, isto pode fazer com que eles se sintam poderosos e fortes.

Alguns agressores vêm de famílias onde todo mundo está sempre bravo e gritando. Provavelmente eles pensam que ficar bravo, usar palavrões e empurrar as pessoas é um jeito normal de agir. Alguns agressores simplesmente copiam o que vêem outra pessoa fazendo. Alguns também já foram alvos de bullying

Às vezes os agressores sabem que o que eles estão fazendo ou falando magoa as pessoas. Mas alguns agressores podem não ter idéia do quanto suas atitudes podem ser dolorosas para os outros. A maioria dos agressores não entende ou não se importa com os sentimentos dos outros.

Os agressores freqüentemente escolhem um alvo sobre o qual acreditam ter poder. Eles podem escolher crianças que se aborrecem facilmente ou que têm dificuldade para se imporem. Quando alguém tem uma forte reação, os agressores sentem que conseguiram o poder que queriam ter sobre aquela pessoa. Algumas vezes os agressores escolhem alguém que é mais inteligente do que eles ou que é diferente deles de alguma forma. Algumas vezes os agressores intimidam uma criança sem motivo algum.

Bullying: o que fazer?

A boa notícia é que crianças e jovens que são agressores podem aprender a mudar suas atitudes. Professores, coordenadores, orientadores e os pais podem ajudar. Os agressores podem mudar se eles aprenderem a usar os seus poderes de maneiras positivas e com respeito.  Por fim, se os agressores vão decidir mudar suas atitudes ou não, é uma escolha deles. Alguns agressores se tornam pessoas incríveis. Outros não aprendem nunca.

A melhor maneira de se eliminar o Bullying é promover o diálogo aberto, transparente e honesto sobre questões que oprimem jovens e crianças e criar assim uma nova escola!